E VOCÊ... JÁ QUIS ARRANCAR OS CABELOS?
O tema de hoje foi escolhido porque podemos contar com a sinceridade de alguém que passou e passa por essa "experiência" todos os dias, ou seja, é um relato pessoal sobre a luta e a melhora de cada dia, sobre os tratamentos e os avanços, e para vocês poderem tirar dúvidas e esclarecer dúvidas, compartilhar dicas e tratamentos e encontrar apoio.
O que é:
A tricotilomania é o hábito compulsivo de arrancar os pelos do corpo ou os fios de cabelo, acompanhado ou não do hábito de comer os fios (tricofagia), o que, neste caso, pode levar à morte pelo acúmulo de cabelo no sistema digestivo. Essa compulsão geralmente é incontrolável e a pessoa sente muita tensão seguida pela sensação de prazer ao arrancar os fios. Crianças também podem desenvolver tricotilomania, mas normalmente ela se inicia na pré adolescência.
Muitas pessoas arrancam fios específicos, mas é exatamente assim que a tricotilomania começa, aliás, mesmo em graus avançados, as pessoas costumam selecionar os fios que vão arrancar. Claro que tirar um fio ou outro de vez em quando não faz de você um tricotilomaniaco, mas é melhor evitar desde o início para que não vire uma compulsão.
No começo, geralmente, nem a própria pessoa sabe que tem um problema, e começa a notar apenas quando aparecem as falhas no cabelo. Mas, devido à pouca informação, não sabem do que se trata, acreditam que é só um hábito que tem que ser cortado, mas é aí que está o problema, porque o compulsivo não consegue simplesmente parar, e até controlar o hábito é tarefa bem difícil.
Vale lembrar que apenas cerca de 2% da população desenvolve a tricotilomania, e isso faz com que falte apoio, quem sofre com isso se sente como se fosse a única pessoa do mundo que o faz.
Convivi de perto com uma tricotilomaniaca, e com ela aprendi a compreender as ações e os mecanismos de defesa de quem com isso sofre. Comecei a notar que outras pessoas tem o problema e, assim como a minha irmã, fazem de tudo para esconder, muitas vezes só puxam os fios quando estão sozinhas. As mulheres costumam usar os cabelos sempre presos, e por mais que ajam "normalmente", dá para notar uma vergonha e uma depressão no olhar e no jeito de agir delas.
A tricotilomania também funciona como uma auto punição, e geralmente se desenvolve em pessoas ansiosas e deprimidas, e também pode ser um quadro secundário à dismorfia corporal, então muitas vezes está "tudo junto", e essa é a forma de externizar as energias opressoras.
Tratamento:
Como normalmente a tricotilomania não permanece de forma isolada, para se obter mais sucesso no tratamento, precisamos trabalhar não apenas na reversão do hábito, mas também na sua causa, nos problemas de origem emocional que ocasionam o transtorno, e para isso é sempre bom a ajuda de um psicólogo para fazer um acompanhamento e evitar que o problema retorne.
De forma "prática" trabalha-se na mudança de hábitos, o que inclui reconhecer as situações que te desencadeiam a vontade de arrancar os fios, e substituir esse hábito por outra coisa, como fazer alguma tarefa com as mãos, por exemplo.
E para crescer novos fios nas falhas e fortalecer o cabelo de forma geral, o medicamento mais utilizado e com o melhor e mais rápido resultado é o Minoxidil. Na farmácia você encontra pelos nomes: Aloxidil 5%, Regaine, Loniten e Kirkland. É importante ter cuidados durante o uso, pois onde cair, nasceram cabelos/pelos.
Suplementos específicos para os cabelos também ajudam. Um que indico por qualidade e preço é o Hair Skin da MaxxiNutri, mas tem também Imecap Hair, Pantogar... Entre outros.
Nos casos de quem não pode comprar o Minoxidil, tônicos para o crescimento podem dar um suporte e são fáceis de encontrar em qualquer farmácia por preços acessíveis. Assim como podem fazer tônicos caseiros com alho, café, alecrim, canela, entre outros.
Que tem tricotilomania precisa, em primeiro lugar, assumir. Pois muitas pessoas esperam chegar à um estado crítico para buscar ajuda, até então elas acreditam que conseguem parar. Mas isso dificulta muito no tratamento, pois muitos anos puxando os fios "desgasta" o bulbo capilar e em muitos lugares nem crescem mais fios.
A eficácia do tratamento depende muito de atitude. Mesmo sem forças, tentem. Existem formas de evitar o hábito inconsciente, como prender o cabelo em coque, trança ou qualquer forma que dificulte a ficar mexendo nos fios, usar luvas também ajuda. Yoga, artesanato, esportes, são opções que ajudam na ansiedade e no desvio do hábito através de manter a mente e o corpo ocupados. Objetos para aliviar o estresse também, como o HandSpinner. Resumindo: mantenha o cabelo preso e as mãos ocupadas.
Marque em um calendário os dias em que não arranca os fios para estimular e ver os progressos. Mas quando tiver uma recaída, não se puna, tenha paciência. Tente novamente. Pessoas que hoje conseguem se manter no controle, também tiveram varias tentativas fracassadas. O importante é não aceitar a situação, não desacreditar e não desistir.
Confiram abaixo fotos da doença, de antes e depois e o vídeo de um relato pessoal.
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